Porque todo empreendedor deve ser um PATO, por Débora Alcântara
Se você fosse escolher um animal para te representar, qual seria? Talvez uma águia? O principal modelo de superação e autoridade. Um leão? Que representa poder e prosperidade. Ou quem sabe uma coruja? Arquétipo de crescimento, realização, sabedoria e visão.
Para escolher o meu animal, logo pensei em um golfinho, pois me identifico com suas características comunicativas e sociáveis. São animais que se desenvolvem em ambientes hostis e estão sempre atentos à mudanças. Sem falar que o golfinho é o símbolo das Relações Públicas, minha formação e atividade pela qual sou apaixonada.Mas, sem dúvidas, o que me representa é o pato.
Sua sabedoria não está ligada a sua aparência ou crenças criadas por nós, humanos. Além de ser multipotencial, é também um dos animais mais completos da natureza. Um bicho curioso, dotado de uma capacidade de aprender a fazer de tudo um pouco.
Alguns costumam dizer que ser como um pato é ter muitas habilidades, porém, apesar de executá-las com competência, não é capaz de executar nenhuma com perfeição. E é justamente neste ponto julgado de uma maneira depreciativa que enxergo uma capacidade incrível. A maioria deles nada, voa, caminha. Não importa se não “esbanjam formosidade”, algumas espécies são capazes de voar até 530 km em apenas um dia. Exatamente como o lema da Sheryl Sandberg, diretora de operações do Facebook: "Feito é melhor que perfeito". O pato não se importa se é o mais talentoso, ele realiza.
Ele é desses animais que conquistaram o mundo, pois estão presentes em todos os continentes - exceto na inóspita Antártida. Algumas espécies dessas aves migratórias são capazes de atravessar distâncias de milhares de quilômetros todos os anos em seus deslocamentos. Outra habilidade incrível é a sua rápida capacidade de identificar se um ambiente não é ideal para o desenvolvimento da espécie. É algo como: tentamos. Testamos. Não deu certo aqui. Vamos migrar!
Patos não tem medo de fazer uma nova jornada do zero, se for necessário. Por isso, são corajosos, persistentes, resilientes, versáteis e identificam rápido um “erro” para logo corrigi-lo. Se isso não é empreender, eu não sei o que é.
Essa capacidade de adaptação rápida é uma habilidade que devemos buscar desenvolver nessa era onde tudo se modifica com velocidade e intensidade. Carregar aquele vestígio da era industrial com um pensamento "isso não é minha função", não funciona.
Pensa que acabou? Eles ainda nos ensinam sobre liderança e equipe. Primeiro, não pensam que são capazes de vencer sozinhos, eles entendem a força da colaboração e durante os voos utilizam a formação em “V” que os ajuda a economizar energia. Aqueles que vão na frente reduzem a resistência do ar para os outros. Sabem, intuitivamente para onde ir, e possuem um enorme senso de direção e de comunidade. Também nós mostram a importância da gestão compartilhada: quando o líder precisa de uma pausa, outro pato proativamente lidera o grupo. E pasmem: é o único animal que consegue manter metade do cérebro desligado e a outra metade em alerta ao dormir.
Em resumo, o pato tem todas as características que um empreendedor precisa ter: coragem, versatilidade, resiliência, liderança e visão holística. E ser multipotencial, na verdade é o seu maior atributo de diferenciação. Acredito que buscar conhecimento além da sua área é essencial para quem deseja tirar uma ideia do papel e tornar seu sonho realidade. Inclusive, já aprofundei este tema neste artigo.
Por tuuuuudo isso, enxergo o pato um animal de poder e suas características são exatamente as que eu necessito desenvolver, aprender e manifestar na minha jornada como empreendedora. Eu escolho ser um PATO.
O pato evoca a imagem da busca por um caminho com a preciosa ajuda da intuição aguçada. Em constante movimento.
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