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Blogueiros de moda vão trabalhar em uma fábrica no Camboja

Em 'Sweatshop', blogueiros costuram e dormem com funcionários para sentir as reais condições do trabalho.

Dia 26 de Janeiro saiu o web-reality show "Sweatshop", produzido pelo jornal norueguês Aftenposten, que levou duas blogueiras e um blogueiro para vivenciarem os problemas da indústria têxtil e os horrores da exploração do trabalho no Camboja. Frida, Ludvig e Anniken abandonaram sua confortável vida na Noruega em troca de um mês de trabalho em uma fábrica têxtil em Phnom Penh, capital do país.Os três blogueiros de moda viveram na pele uma realidade absolutamente cruel e desumana que a gente sempre ouve falar, mas nunca vê de verdade.Além de trabalharem 12 horas por dia, os blogueiros também tiveram que comprar produtos básicos com o baixo salário recebido nas fábricas e viver na casa de uma das trabalhadoras. Eles afirmam que é menor que os banheiros das casas que eles têm na Noruega.Os três jovens viraram outras pessoas depois da experiência. Anniken afirma: "Eu mudei. Não tenho apenas uma nova visão sobre roupas, mas sobre muitas outras coisas. Tenho até um pouco de medo de me tornar uma mulher amarga. Escrevo bastante sobre isso no meu blog, que virou mais um blog sobre estilo de vida depois que eu voltei".Além da mudança no blog, ela disse que passou por um tumulto emocional. "Eu chorava muito. Amigos e professores não entendiam, e claro que não. Eu aguentei firme, mas quando veio a estreia, dois meses depois, todo o sentimento voltou. Não aguentei ficar na estreia, me desculpei e disse que precisava ir para casa."SweatShop1O mais triste é que há inúmeros trabalhadores que se submetem a esse tipo de trabalho forçado por simplesmente não terem condições de conseguir outra coisa.Por isso, quando decidimos criar nossa própria marca, passamos por muitos conflitos na fase de produção. Demoramos três anos para desenvolver nosso projeto porque não aceitávamos entrar em um mercado de competição onde, para conseguir preços justos, precisaríamos ter nossa produção feita em países como China ou Camboja. Muitas empresas acabam produzindo fora do país justamente para ter mais lucro, devido aos baixos impostos e a mão de obra barata. E isso não se aplica somente na moda. Empresas de brinquedos, decoração e eletrônicos também participam dessa situação lamentável.Quando nos perguntam porque não fazemos produtos "mais baratos" ou porque temos um baixo estoque, a explicação é sempre essa: Nossa produção é 100% nacional.Temos o propósito de projetar a nossa cidade, Curitiba – PR, o nosso país e todas as coisas boas que estão ao nosso redor por meio de produtos produzidos integralmente aqui. A matéria prima, mão de obra, produção, design, estampas, embalagem e tudo que envolve o processo de criação é daqui. Sem falar que todos os produtos ORNA são feitos à mão.DSC_5850É desafiador, porém acreditamos que sabendo a origem dos produtos conseguiremos cada vez mais valorizar o lugar onde vivemos e nascemos,  respeitar o ser humano e fazer nossa parte para uma produção justa. Para nós é muito importante que a nossa criação, a nossa marca e o nosso nome carreguem um propósito maior.O Brasil tem plenas condições de se manter como uma das forças no mercado da moda, pautando o desenvolvimento de sua indústria na agregação de valor aos produtos nacionais.Trailer da série:Assista ao programa completo com legendas em inglês e espanhol.

"Condições de trabalho precárias não são exclusividade da moda e não importa de quem seja o problema, essa situação tem que acabar! Dignidade e salário adequado, bem como benefícios obrigatórios e assistência, não é luxo, é o mínimo que deve ser oferecido a qualquer ser humano. A questão que precisa mudar é o sistema como um todo, a velha história de 'todo mundo sabe, mas ninguém se importa' ou lembra ou pensa que é problema seu. Tem que colocar blogueira(o) dentro da fábrica e filmar sim! E tem que colocar todo mundo que trabalha na indústria de moda também!"- TrendCoffee