Vergonha Alheia

Oi pessu!

Esse texto não é de nossa autoria, mas achamos tão bacana a forma como o Tiago Mattos (um dos sócios e professores da Perestroika) tratou esse assunto, que resolvemos compartilhar a reflexão na integra aqui no blog!  Aliás, ele sempre posta textos super inspiradores no seu facebook pessoal, vale a pena seguir. 

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Você já usou essa expressão "vergonha alheia"?

Eu já. Diversas vezes. E muitas foram as minhas vítimas. Desde parentes, colegas de trabalho, amigos de balada. Até completos desconhecidos.

Mas dia desses, resolvi pensar sobre o assunto. E tive um daqueles momentos de epifania, que me fez perceber como a gente deve ter mais cuidado aos usar essas duas bélicas palavrinhas.

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Vamos supor que você sinta vergonha alheia por aquela colega da faculdade, que sempre posta selfies, toda maquiada, no Instagram. 

A primeira reflexão que acho interessante fazer é: se sentimos vergonha alheia, estamos julgando. E se estamos julgando, estamos nos colocamos numa posição de superioridade. Como se a nossa atitude (no caso, não postar selfies), fosse mais correta do que a dela. 

Quem disse?

Pior: depois de sentir vergonha alheia, a gente mostra para o amigo do lado, dá aquele cutucão com o cotovelo, e ambos riem. Ou seja: não basta julgar. Tem que passar adiante esse julgamento. 

A terceira coisa que me incomoda é que, normalmente, denominamos "vergonha alheia" manifestações puras, genuínas, autênticas de liberdade e de felicidade. 

Aquele cara que pula na piscina com roupa e tudo. O figura que dança como se ninguém estivesse olhando. E até quem canta em voz alta sem saber a letra direito.

Chamamos de vergonha alheia quem se expõe, quem fura o tradicional, quem passa por cima do convencional. 

É difícil dizer "vergonha alheia" para quem não faz nada fora do senso comum. E imagine que chato seria o mundo em que todas as pessoas só fizessem o que é senso comum.

O grande problema do senso comum é que, como o próprio nome diz: ele é comum.

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Mas em alguns casos, somos ainda mais cretinos. Porque além de preconceituosos com a felicidade alheia, ainda somos hipócritas. 

Criticamos exatamente aquilo que adoraríamos – mas temos medo de fazer. É ou não é?

Eu adoraria ter o desprendimento de dançar como se ninguém estivesse olhando. Mas não consigo. Por isso, dou um passinho para lá e outro para cá. E o resto, que seja vergonha alheia.

Sem falar na questão semântica – que é, no mínimo, curiosa. A diferença entre "culpa" e "vergonha" é que, no primeiro caso, você se sente mal pelo o que fez – já que fere os seus princípios. Já a vergonha é quando você não questiona o mérito do seu ato, mas está preocupadíssimo com o julgamento dos outros.

Parece que estamos cometendo um ato falho ao verbalizarmos o termo "vergonha alheia". Se a pessoa não sente vergonha, e você sim, talvez seja mais um indicativo que é justamente você que não aguenta a pressão social. E não o outro.

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Agora, o que mais me fez refletir sobre a dita vergonha alheia é uma frase atribuída a Wendy Mass**, que diz: "Todos estão lutando uma batalha que você não sabe nada a respeito. Seja legal sempre." 

E é isso. A menina que posta selfies talvez tenha sofrido bullying no colégio, e só agora se sente segura quanto a sua auto-estima. O cara que pula na piscina de roupa talvez não tenha sido amado suficientemente pelos pais e precise da aprovação dos amigos. E assim por diante.

Quando a vergonha alheia é comum no seu vocabulário, você está ignorando a batalha que cada um de nós estamos lutando. E você não sabe nada a respeito.

Seja legal sempre.

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Mas o mais legal é se não houver nenhuma batalha sendo lutada. E a pessoa consiga dançar assim, livremente, por absoluta capacidade de ser feliz.

*Torço para que você não ache vergonha alheia, piegas ou bobinho um texto que termina com "capacidade de ser feliz".
**Há vários possíveis autores para a frase. Apenas para citar alguns: Platão, Ian Maclaren e John Watson.

 

Não precisa falar mais nada, né? O texto é muito reflexivo! Seja legal sempre! O que vocês acham desse assunto?

–♥–

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