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Estica | O filhotinho de Sanhaço que entrou para a família

Oi pessu!

Esses dias estávamos lembrando de momentos que marcaram as nossas vidas que  talvez vocês não conheçam. Em tempos que nem imaginávamos ter um blog, teve uma história que queremos compartilhar com vocês 

Um dia, há muito tempo atrás, nosso amigo encontrou na calçada em frente a nossa casa, um filhote de passarinho que caiu do ninho. Tão pequeno, frágil e nem tinha pena ainda, só pelugem. Procuramos pelo ninho, pela mãe... não encontramos. Depois de pesquisar na internet, descobrimos que era um Sanhaço. Tinha poucos dias de vida, todos falavam que era praticamente impossível ele sobreviver com nossos cuidados, era uma raça arisca. Nunca imaginamos que aquele passarinho nos ensinaria uma lição de vida.

Decidimos cuidar. Com muito carinho e amor, ele foi crescendo e ficando saudável. Então, quando menos esperávamos, o passarinho virou da família!  Seu nome era Estica. Ensinamos ele a voar (estimulávamos ele em situações que tinha que bater as asas) e a comer sozinho. Juro que ele até respondia com um 'piu' quando chamávamos ele. Ele tinha uma gaiolinha, mas só para dormir e que ficava aberta, durante o dia ficava em nossas cabeças ou arriscando pequenos voos. Isso tudo dentro de casa! Quando o Estica cresceu, forte, verde e em perfeitas condições, decidimos que estava na hora de soltar ele para a natureza. Apesar de ele viver solto dentro de casa, ele merecia viver livre com os outros pássaros.

Estava na hora. Era muito tentadora a ideia de manter o Estica para sempre conosco. Afinal, ele estava super adaptado com a nossa casa. Não dava pra não pensar em perguntas como: ''Ele vai conseguir viver com outros passarinhos?''. E outras (egoístas) como: ''Será que nunca mais iríamos vê-lo novamente? Ele vai esquecer de nós?''

Todas essas questões desapareceram no dia em que soltamos o Estica. Levamos a gaiola para o lado de fora de casa. Ali na frente tem umas árvores e vimos até outros sanhaços. Era o momento certo.

Estica voou para fora. Voou como se sua própria mãe o tivesse ensinado. Meio nervoso, podemos imaginar, mas em perfeitas condições. Foi direto para o topo de uma árvore. Piava feliz (e olha que nunca na minha vida imaginamos conseguir distinguir um piado feliz de um piado de fome). Pronto, é isso. Não podia ser melhor: o Estica estava solto, brincando com outros passarinhos e se virando.

Mas não esperávamos o que aconteceu em seguida:

O Estica voltou. Ele voava para longe, mas voltava para nossas cabeças. Isso se repetiu por todos os dias. Estica passava o dia fora e sua gaiola ficava ali na frente, sempre aberta. Ele voltava para dormir em casa. Isso aconteceu todos os dias até ele encontrar uma parceira e ir embora com ela. Claro que sentimos saudades. Mas nada comparado ao sentimento de trabalho cumprido e de ter feito a diferença na vida de um ser. Nosso passarinho estava livre.

Tudo isso seria praticamente impossível de acreditar se não tivéssemos registrado em vídeos e fotos:

Nesse tempo de convivência, Estica nos ensinou muitas lições. Com certeza a maior delas é de que:
''Mais vale um passarinho voando do que nenhum na mão'' :) 

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