TUDO ORNA

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1 Ano Sem McQueen

Alexander McQueen - the man.
Nesta sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011, faz 1 ano da morte de Alexander McQueen, o que me faz pensar na expressão "black friday", mas logicamente com uma conotação totalmente diversa daquela dirigida ao dia pós ação de graças.
Ainda me lembro da sensação estranha que tive ao saber da fúnebre notícia de um dos meus estilistas favoritos. Com bastante perplexidade me questionava se chegaríamos a ver alguém com tamanho talento e instinto apurados. Afinal, foi McQueen um dos responsáveis pelo início do meu interesse por moda.
É claro, quase óbvio, ver que Alexander Mcqueen era além de um designer; ele era um artista e um showman. Nada era tão simples quanto parecia em suas criações ou em seu processo criativo. O jovem britânico advindo da Saville Row era capaz de tornar real e tridimensional suas visões, e transportar-nos para dentro de seu mundo através de seus espetáculos absurdamente fantásticos: como a vez em que seu desfile de Primavera de 2000 pintou ao vivo vestidos com jatos mecânicos, ou então na coleção Primavera 2001 onde reproduziu um hospício em que modelos desfilavam com as cabeças enfaixadas dentro de um cubo espelhado, ou quando ao final de seu show de Inverno 2006 surgiu Kate Moss em imagem holográfica para o delírio de todos os presentes.

Primavera 2000
Primavera 2001

A razão pela qual comecei a flertar com a moda aos 13 anos foi porque percebi doses de arte em alguns trabalhos dentre os quais se inclui, obviamente, o de Alexander. Isso pois, até então, moda na minha perspectiva era para gente arrogante e esnobe que queria ser mais pelas marcas que carregavam. Mas para McQueen ela era algo que ultrapassava o comércio e a indústria, sendo auto-expressão.
Eu que jamais tinha sido um aficionado por futebol, e que nunca entendeu quem chorasse pela perda de seu time, não conseguia compreender direito também por que a perda com a morte, de alguém alheio à minha vida, poderia me afetar daquela forma.

Sarah Burton
Logo em seguida, veio o boato de que possivelmente a maison McQueen teria como seu novo diretor de criação Gareth Pugh. Mesmo sendo um fã de Pugh, e aparentemente o lado sombrio ser um tema comum e recorrente entre ambos os estilistas ingleses, ainda sim seus trabalhos eram bem distintos.
Pois eis que surge a resposta oficial da sucessão: Sarah Burton, ex-assistente de Alexander seria a melhor pessoa para dar coninuidade a seu explêndido legado. O trabalho contínuo e próximo  com o mestre lhe teriam tornado a mais indicada ao posto. 
Um ano após as dúvidas se Burton realmente seria a esperada extensão de McQueen, é possível respirar em paz e feliz. O trabalho da estilista de 36 anos não tem decepcionado, e pelo contrário tem acumulado elogios pela sua visão feminina concedida à marca; fazendo da usabilidade de suas roupas uma de suas preocupações, sem perder, contudo, o conceito Mcqueeniano.
Primeiro desfile de Sarah Burton totalmente no comando (Primavera 2011)

Coleção fotografada pela Vogue (janeiro 2011)
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